sexta-feira, 16 de julho de 2010
"Wesley - nosso menino
Wesley tinha apenas 11 anos...
...
Wesley era um aluno em uma escola, no meio do mês de julho. Wesley estudava em um CIEP do Rio de Janeiro. Wesley estava no local certo - em uma escola - na hora certa - hora da escola - em uma cidade errada...
Wesley caiu ferido.
Gritos ...
Silêncio.
_____________________________________________________________________
E assim, mais uma vida em broto, se foi.Covardemente.
Sou professora. Amo o que faço.
Também já deitei no chão, inúmeras vezes com meus alunos com o barulho do helicoptero, misturado aos tiros, tentando -como li uma amiga do twitter escrever - ser um polvo, pra alcançar todos.
Dói na alma, e sei que toda professora que trabalha em lugares assim, tá sentindo esse aperto no peito, essa voz ao pé do ouvido sussurrando "Poderia ser minha escola, poderia ser meu aluno..."
Vivemos sob um terror disfarçado, andando rápido, olhando pros lados e trabalhando sob um temor que não se descreve, porém acabou de vir a superfície, levando de nós uma criança que segurava um lápis...
Meu filho tem 12 anos.
Não posso sequer imaginar...
Olho pra ele neste momento, dormindo...
A cama de Wesley está vazia e para sempre estará. Não há mais sonhos, nem mais desenhos, ou correria..
Estatística que aumenta.
luto.
luto.
luto.
...
Wesley era um aluno em uma escola, no meio do mês de julho. Wesley estudava em um CIEP do Rio de Janeiro. Wesley estava no local certo - em uma escola - na hora certa - hora da escola - em uma cidade errada...
Wesley caiu ferido.
Gritos ...
Silêncio.
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E assim, mais uma vida em broto, se foi.Covardemente.
Sou professora. Amo o que faço.
Também já deitei no chão, inúmeras vezes com meus alunos com o barulho do helicoptero, misturado aos tiros, tentando -como li uma amiga do twitter escrever - ser um polvo, pra alcançar todos.
Dói na alma, e sei que toda professora que trabalha em lugares assim, tá sentindo esse aperto no peito, essa voz ao pé do ouvido sussurrando "Poderia ser minha escola, poderia ser meu aluno..."
Vivemos sob um terror disfarçado, andando rápido, olhando pros lados e trabalhando sob um temor que não se descreve, porém acabou de vir a superfície, levando de nós uma criança que segurava um lápis...
Meu filho tem 12 anos.
Não posso sequer imaginar...
Olho pra ele neste momento, dormindo...
A cama de Wesley está vazia e para sempre estará. Não há mais sonhos, nem mais desenhos, ou correria..
Estatística que aumenta.
luto.
luto.
luto.
Toda minha alma grita por justiça, clama pela paz, que a cada dia parece mais difícil de ser encontrada nesta cidade violenta, manchada pelo sangue das vidas ceifadas.
Oro para que Deus Eterno console esta família e dê forças a diretora deste CIEP e a seus professores e comunidade.
Oro por todos amigos professores, para que não percam a fé, pois somos a força que sustenta essa cidade. Nós, ponta, que entramos e permanecemos na comunidade, subindo e descendo os morros meio a tiros, abraçando nossas crianças para protegê-las... Nós não podemos desistir. Nós temos que lutar por um Brasil mais justo. Isso tem que acabar.
Estou de luto.
Professores do Rio estão de luto.
Que Jesus te embale em seus braços, pequeno Wesley."
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