27/03/2011

Escola dos sonhos

A educação bancária, condenada por Paulo Freire, onde o professor expõe conteúdos como o dono do saber e seus alunos calados, sentados, “comportados”, escutam para “aprender”, há muito não cabe, não coincide com educação de qualidade, está longe da tão sonhada promoção da aprendizagem através da construção de conhecimentos e, portanto, deve ser banida, cedendo espaço à metodologias que propiciem momentos de interações

A sala de aula na escola dos sonhos precisa de alunos curiosos e de professores interessados em agregar recursos tecnológicos à prática, estimulando a aprendizagem. Também a avaliação não pode ser uma medida para ver se o aluno corresponde a um número possível de avançar a outra série em função da exigência da grade curricular, isto é, do que está destinado como conteúdos a aprender na determinada série. A avaliação quantitativa e cumulativa é excludente, nada formativa nem prognóstica. Não podemos aceitar a avaliação sem que esta esteja engajada na procura de falhas para posterior correção. A avaliação não pode representar uma arma de repressão ao aluno.

26/03/2011

Profissão: articulador escolar

 REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 167

O coordenador pedagógico se consolida cada vez mais como formador, orientador de um trabalho coletivo e elo entre as pessoas, o projeto escolar e os conteúdos programáticos
 
Carmen Guerreiro


Reger a escola do século 21 não é uma tarefa para qualquer maestro. Numa época em que se rediscutem espaço, tempo, modo, sujeito e conteúdo da aprendizagem, a figura do coordenador pedagógico se destaca como articuladora e representante dessa nova forma de pensar a educação. O coordenador é hoje - ou poderia ser -  o elo a unir projeto pedagógico da escola, conteúdo programático e as pessoas envolvidas no projeto - professores, gestores, pais e alunos. E, para ele, é impossível harmonizar esses três polos sem responder a grandes questões da educação atual: de quem é a responsabilidade pelo aprendizado dos alunos? Como trabalhar o conteúdo de um currículo fixo de maneira diferente em cada turma? Como quebrar a barreira das disciplinas? Como apoiar o professor e contribuir com a sua formação?

Em meio a essas demandas, o cenário educacional contemporâneo introduz ingredientes que criam paradoxos para o exercício da função. Ao mesmo tempo que a cobrança social pela aprendizagem dos alunos, cada vez mais, recai de forma individualizada sobre o professor, ele é instado a trabalhar de forma interdisciplinar, em projetos conjuntos com as outras disciplinas e áreas de saber. No que tange ao currículo, há uma crescente defesa da constituição de um "mínimo múltiplo comum", sobretudo para algumas disciplinas do ensino médio, nas quais o aluno, caso mude de escola, está arriscado a estudar a mesma coisa nos três anos dessa etapa. Em paralelo, há uma grita pela manutenção das singularidades regionais - nem sempre justificada, pois muito do conhecimento com que a escola trabalha é universal. 

Em meio a pressões de todos os lados - dos docentes, gestores, alunos e familiares - quais seriam, então, as características que fariam do coordenador um profissional capacitado a desempenhar o papel de articulador? 

Um bom comunicador
Para dar conta de tamanho desafio, o coordenador precisa ter a seu favor algumas características. "Não podemos definir um perfil exato para o coordenador, pois é possível praticar a coordenação pedagógica com estilos variados. No entanto, o cuidado com as relações interpessoais tem de ser um norte a ser perseguido. As características que definem um bom coordenador talvez sejam as mesmas que caracterizam um bom professor", aponta Renata Cunha, docente do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep).

Independentemente de suas semelhanças com os professores, o coordenador deve ser alguém, segundo Nilda Alves, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que saiba liderar sem perder de vista que está coordenando uma equipe em uma escola, e não em uma empresa, que tem dinâmica e foco diferentes. "E isso não significa ficar levando textos que conclamam o professor a trabalhar melhor, já que o professor está ali para cumprir o seu trabalho."

Fernanda Liberali, pesquisadora da PUC-SP com mestrado e doutorado dedicados ao papel do coordenador pedagógico, complementa que, como líder, ele deve conquistar o respeito do colegiado. "Para isso, precisa estar informado, estudar sempre. Não precisa saber todo o conteúdo de todas as áreas, mas tem de ter conhecimento teórico sobre a prática pedagógica." Outra característica importante do perfil é saber o momento de ouvir e de falar. "É preciso ouvir o professor para ganhá-lo, fazê-lo revelar o quê e como pensa, como acha que determinada questão tem de ser tratada." 

Estabelecido esse canal de comunicação, fica mais fácil sugerir caminhos e propor reflexões acerca de convergências e divergências entre o que o professor tem em mente e o projeto pedagógico da escola. Essa relação de confiança é fundamental porque faz com que os professores se sintam à vontade para levar suas dificuldades e problemas para o coordenador, resume Fernanda.

Como a interação com os professores está na base do trabalho do coordenador pedagógico, pesquisadores do tema usam a teoria das relações interpessoais, do pedagogo norte-americano Donald Schön, para tentar compreender as habilidades de comunicação que esse profissional precisa desenvolver. De acordo com Schön, autor de Educando o profissional reflexivo (Artmed, 2000, edição esgotada), a relação entre instrutor e aprendiz (interpretados por especialistas como coordenador e professor) pode ser um sucesso ou um fracasso dependendo de como a hierarquia, o poder e o controle transparecerem na comunicação. Ele descreve duas situações. Na primeira, o coordenador deixa claro o seu poder como superior na hierarquia em relação ao professor. O resultado é descrito por Tânia Romero em seu doutorado A interação coordenador e professor: um processo colaborativo?: "As pessoas não querem experimentar, correr riscos, revelar suas conjecturas ou hipóteses, preocupadas que estão em munir-se de certezas para rebater pontos de vista adversos. O resultado é que as condições para aprendizagem não são estabelecidas."

O segundo modelo, focado no aprendizado mútuo, volta-se ao "entendimento, colaboração e questionamento das visões e interesses dos participantes envolvidos: um jogo de cartas na mesa, sem mistérios ou intenções ocultas". "Encoraja-se que sejam criadas condições para livre troca de informações, mesmo aquelas mais sensíveis e difíceis, que haja conscientização dos valores em jogo, bem como conscientização das limitações da própria capacidade, que haja comprometimento interno dos participantes quanto às decisões tomadas, comprometimento este baseado em satisfação intrínseca em vez de recompensa ou punição externa. O clima de confiança mútua que se estabelece (...) propicia um relacionamento colaborativo favorável a oportunidades de reflexão", escreve Tânia.

Espaço coletivo
O segundo modelo representa o canal aberto de comunicação para um trabalho coletivo, não hierarquizado. Para que essa proposta possa ser colocada em prática, Schön diz que o professor deve defender suas posições sem deixar de questionar e ouvir a crença dos colegas, justificar como chegou a seu ponto de vista, debatê-lo e, caso se sinta em meio a um problema ou dilema, expressar isso publicamente. 

Todo o trabalho do coordenador, portanto, só é possível a partir de um espaço coletivo de debate com os professores. Só a partir dessa interação a figura do coordenador pode exercer a sua principal função, a de formador que promove a reflexão contínua junto aos professores sobre a prática pedagógica. Por isso é importante para os coordenadores compreender que a construção de conhecimento junto aos professores não acontece porque o coordenador ensina o professor como ensinar, e sim porque existe o intercâmbio entre eles. Essa ideia, advinda das teorias do psicólogo russo Lev Vigotski, tomada como base para entender as relações de aprendizagem dentro da escola, é hoje utilizada no estudo do papel do coordenador. 

O dia a dia do coordenador
E na prática, o que faz essa figura dentro da escola? Renata Cunha, da Unimep, defende em seu artigo O coordenador pedagógico e suas crençasque um dos desafios é o de articular teoria e prática: "O saber e o fazer reflexivo precisam estar contextualizados, uma vez que a transformação da realidade educacional decorre do confronto entre teoria e prática. Nesse sentido, questiona-se quem seria o profissional responsável por mediar o coletivo docente e articular os momentos de formação. O coordenador pedagógico passa a ser considerado o interlocutor da formação docente na medida em que proporciona a reflexão sobre a prática e a superação das contradições entre o pensar e o agir", avalia.

Renata descreve o coordenador como mediador na escola, aquele que deve promover o diálogo entre gestão, professores, pais e alunos. E enumera algumas de suas atribuições: promover oportunidade de trabalho coletivo para construção permanente da prática docente e revisão do projeto político-pedagógico; acompanhar e avaliar o ensino e o processo de aprendizagem, bem como os resultados do desempenho dos alunos junto aos professores; assumir o trabalho de formação continuada e garantir situações de estudo e de reflexão sobre a prática pedagógica e aprofundamento das teorias da educação; auxiliar o professor na organização de sua rotina de trabalho; colaborar com o professor na organização de seleção de materiais adequados às diferentes situações de ensino e de aprendizagem; apoiar os estudantes e orientar as famílias, entre outras.

Na escola Projeto Vida, na zona norte paulistana, uma das coordenadoras do ensino fundamental 1, Sônia Favaretto, explica como essas funções se traduzem no cotidiano. Ela auxilia, por exemplo, os professores na elaboração de um plano de aulas, incluindo a busca de referências bibliográficas e instrumentos de avaliação. "Além disso, é preciso acompanhar esse plano - pautas de observação em sala devem ser combinadas previamente com os professores, assim como é possível a análise de vídeos com intenção formativa", explica. Uma das práticas de formação da escola é estudar coletivamente um registro de aula feito pelo professor. O coordenador (e em alguns momentos os próprios colegas) lê, formula perguntas, assinala aspectos relevantes e aponta o que falta para que a prática converse com a teoria, buscando fundamentar as atividades propostas. Outra técnica utilizada é a de oferecer um modelo de referência para o professor, pedindo que observe outros colegas dando aula.

Fernanda Liberali, que realiza trabalho de formação de coordenadores em escolas das redes pública e particular de São Paulo, sugere também que a equipe promova simulações de aula - para, por exemplo, aprender a trabalhar com um material novo - , ou que realize fóruns de discussão on-line para debater questões do cotidiano. "Dou muitos cursos sobre como sentar com o professor e discutir uma aula que não tem nada que ver com a proposta da escola, como conversar sobre isso, como ensinar o docente a ver se o realizado bate com o planejado, como o resultado do aluno reflete o planejamento, e como formar com foco em teorias de aprendizagem e linguagem. Às vezes o coordenador sabe disso na prática, mas não sabe explicar e trabalhar isso junto ao professor", afirma.

Sem receita
Existem experiências positivas e negativas, mas não há uma receita para o trabalho da coordenação pedagógica que garanta o sucesso do trabalho. Não é recomendável padronizar métodos e técnicas didáticas para serem usados entre coordenadores e professores, assim como é difícil crer que alunos aprendem e atribuem significado aos conteúdos da mesma forma. 

Os repertórios cultural, teórico e de vivências dos docentes devem sempre ser levados em consideração. "Cada professor tem uma trajetória de formação, determinadas preferências, limitações, estilo de comunicação, postura em relação às diversas situações do cotidiano da escola. O coordenador precisa ser sensível às características de cada professor e ajudá-lo a refletir", explica Renata.

A função do coordenador pedagógico tem se consolidado, mas os próprios coordenadores muitas vezes não sabem qual é sua função. É o que diz a pesquisa O papel do coordenador pedagógico (2010), da Fundação Victor Civita, que revela que apenas 9% dos coordenadores entrevistados acreditam que faz parte do seu trabalho realizar um planejamento pedagógico e buscar melhorias para o ensino, aprendizagem e dificuldades dos alunos. Além disso, apenas 60% promovem reuniões com docentes.

Para Neurilene Ribeiro, coordenadora pedagógica regional do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa, ONG que atua em 30 municípios baianos, a diferença entre um coordenador que sabe quais devem ser suas atividades e outro que não sabe com clareza é o comprometimento da escola com o projeto político-pedagógico. Uma escola que tem como objetivo sustentar uma prática pedagógica inovadora deve voltar a coordenação para sua real função, que é a da formação continuada. 

"O coordenador deve passar menos tempo produzindo papéis e mais se dedicando ao triângulo professor, aluno e aprendizagem. Se o projeto político pedagógico é mais frágil, o cotidiano do coordenador é menos planejado e se dissolve em resolver problemas do dia a dia", alerta. Dessa forma, a atuação do coordenador tende a ser pontual e descontínua, com pouca sustentação educacional.

Ou seja, ao que parece, existem duas vertentes possíveis para que o trabalho do coordenador se estabeleça: uma é a do "faz-tudo" ou "apaga fogo", caracterizada pelo improviso e pela carência de reflexão educacional; a outra é voltada à formação docente e à construção de um projeto político-pedagógico com planejamento estratégico. 

A formação do professor na escola
A formação continuada de professores deve acontecer em vários níveis, não apenas na escola, como defende Renata. Como acontece com profissionais de outras áreas, também os docentes se beneficiam com o alargamento de seu repertório cultural. É importante, também, que o professor se mantenha atualizado e informado inclusive para que os encontros de formação dentro da escola sejam mais produtivos, com mais possibilidade de troca de experiências e conhecimento. "A formação continuada que acontece na escola deve centrar-se naquela realidade e nas necessidades do grupo de professores. É uma formação compartilhada, centrada nas experiências e dilemas enfrentados pelos professores empenhados na superação das dificuldades identificadas", observa Renata, diferenciando a formação continuada na escola daquela feita individualmente. 

Sônia Penin, do Departamento de Metodologia de Ensino e Educação Comparada da Faculdade de Educação da USP, observa que a formação dentro da escola é essencial, porque é o único espaço de contextualização do trabalho dos professores. Fora da escola, os problemas são mais genéricos e não fazem parte daquele universo específico. "O coordenador vai focar a formação em uma situação única: naquela escola, naqueles alunos, naqueles índices, naquele cotidiano vivido pela equipe e que deve ser problematizado", pontua. A existência de processos de formação continuada individual é fundamental para que a formação seja potencializada, complementando o processo.   

Diga NÃO para o Bullying!






 Capa do livro Diga NÃO para o Bullying! de autoria de Aramis A. Lopes Neto e Lucia Helena Saavedra. Publicado pela Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência.
Rio de Janeiro, 2003.




Se a prática do bullying começa muitas vezes na própria família, a escola, que é parte da sociedade, e acaba reproduzindo certos princípios e sistema de pensamento, também pode se tornar um ambiente propenso a tais atitudes comportamentais. Daí a importância de campanhas em todo o mundo, para que professores, familiares, médicos e profissionais de saúde possam ter acesso às informações sobre o bullying e as estratégias possíveis para evitar a sua propagação.
Uma semana antes de fazer a sua viagem ao Brasil, o presidente Barack Obama, dos Estados Unidos, fez a abertura de uma conferência de prevenção ao bullying na Casa Branca. Contando com a presença de professores, especialistas, pais e alunos vindos de várias partes do país, o tema foi discutido durante seis horas, e o próprio presidente da maior nação democrática do planeta declarou ter sofrido bullying quando criança:
““ Abrindo o dia de trabalho, Obama disse ” Com as orelhas grandes e o nome que tenho, não fui imune a esse fenômeno”. Afirmou também que o objetivo da conferência é que o bullying não mais seja aceito como um mero rito de passagem.” Conforme Blog http://bullyingnaoebrincadeira.com.br

25/03/2011

Dengue

Conheça e use o Kit Dengue (Márcia Pimentel KitDengue_Edit3 )

 A MultiRio, Empresa Municipal de Multimeios, apresenta o Kit Dengue, elaborado com a consultoria da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. De forma lúdica e divertida, o Kit visa contribuir com o combate à doença e é uma ferramenta adequada aos desafios da escola atual, que tem um papel na sociedade cada vez mais importante como espaço aberto ao diálogo, à troca de ideias e à mobilização da comunidade em geral.
Além da versão distribuída às escolas da rede municipal de ensino, com fichas impressas e um DVD, a MultiRio também disponibiliza, agora, o Kit em sua versão virtual. Ambas são constituídas de um curta-metragem com o histórico da presença da dengue no Brasil; filmetes da campanha Dengue Esporte, que têm por objetivo  orientar a comunidade escolar no combate e na prevenção da doença; fichas de atividades para os alunos (com vários jogos, passatempos, palavras cruzadas, etc) e de orientação para a utilização dos materiais que compõem o Kit; e um Jogo da Dengue.
Confira o material e use-o junto aos seus alunos e à comunidade escolar. Afinal, saúde é uma questão de todos.


Clique nos links abaixo para baixar:
Fichas para o professor e passatempos
Jogo da Dengue 


    

 
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24/03/2011

História do Palácio da Cidade

O Palácio da Cidade

Construído entre os anos de 1947 e 1949 para sediar a Embaixada Inglesa, o Palácio situado na Rua São Clemente, em Botafogo, é um exemplo de arquitetura no estilo Adam, que transcorreu no Reino Unido na segunda metade do século XVIII.

O prédio fica ao fundo de um amplo parque ajardinado e possui uma fachada imponente marcada por quatro colunas e amplos terraços. A decoração interna é sóbria, com peças de mobiliário, tapetes, pinturas e obras de arte em geral dos séculos XVIII e XIX e obras atuais.

Com a transferência das embaixadas para Brasília, o edifício foi adquirido em 1975 pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro para sua sede e foi tombado em 1984.


Palácio: sede do Poder Municipal do Rio de Janeiro

Em 1975, após a fusão dos Estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, um dos primeiros desafios que o município do Rio enfrentou foi o de achar uma sede para sua Prefeitura. Havia o sonho de que o Paço Imperial, na época ocupado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, voltasse a sua função original, de ser ocupado pelos governadores da cidade.

O sonho durou pouco, o espaço que foi cedido no Paço era pequeno, e a Prefeitura tinha que se mudar. Mas para onde? Diversas tentativas foram feitas: o antigo prédio do Ministério da Agricultura (hoje demolido), o Solar da Marquesa de Santos, o anexo do Palácio do Catete etc.

Meses se passaram depois da posse do primeiro prefeito, e a Prefeitura ainda não tinha uma sede. Até que o cônsul geral da Grã-Bretanha, Alan Munro, revelou o intuito de vender o Palácio da Rua São Clemente, sede da embaixada inglesa. A venda foi fechada por Cr$ 39.946.500,00 (valor equivalente na época a 4 milhões 950 mil dólares). Deste então o Palácio é a sede do Governo Municipal do Rio de Janeiro.


E surge o nome Palácio da Cidade

Foi em 10 de outubro de 1975 que o palácio da Rua São Clemente recebeu o nome pelo qual hoje é conhecido. O então Prefeito Marcos Tamoyo por decreto definiu que para homenagear o município, os personagens históricos e a população, a ex-embaixada da Inglaterra ainda iria se chamar Palácio da Cidade.

Veja abaixo a íntegra do decreto:

Decreto nº 162, de 10 de outubro de 1975

Dá nome ao edifício-sede da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.
O PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, no uso de suas atribuições legais, e simplesmente chamada, forjada pelo heroísmo em cenário de beleza, resume a cônica de seu povo admirável, suas lutas, suas vitórias e sua força, sua vigorosa presença na história política, social e cultural do País;
CONSIDERANDO que a nova Casa do Poder Municipal deve marcar, para a posteridade, a singeleza desse primado impessoal , que homenageia a todos os personagens de sua História, sem o risco de olvido, preterição ou injustiça.

Redes sociais no currículo escolar...

Educador quer redes sociais no currículo escolar

Educador quer redes sociais no currículo escolar: "Tatiana Klix, iG São Paulo
Pesquisador da Unicamp participará de congresso sobre redes sociais na educação. 'Blogs só são usados para divulgar conteúdo', dizAs redes sociais, como o Twitter, o YouTube e o Flickr, podem – e devem – entrar nas salas de aulas como ferramentas de uso pedagógico, na avaliação do pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação (Nied) da Unicamp, José Armando Valente. Nesta sexta-feira, o professor vai participar do congresso People.Net in Education, no auditório da Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo, que vai discutir a aplicação das redes sociais à educação. Ao iG, Valente adiantou o foco de sua palestra e a preocupação de que as ferramentas não sejam usadas apenas como um apêndice das aulas, mas que haja uma orientação sobre o conteúdo consumido e gerado para a rede dentro das escolas: “Se não tiver alguém orientando, não é pedagógico. A ideia de que na rede um ajuda o outro, é romântica. O que acaba acontecendo é que um cego conduz outro cego”, diz. Para o professor, atualmente, nenhum país consegue fazer isso de forma sistemática, penas através de iniciativas pontuais.

Confira a entrevista concedida por telefone pelo pesquisador, que é também professor o Departamento de Multimeios, Mídia e Comunicação do Instituto de Artes da Unicamp e pesquisador colaborador do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo, da PUC-SP:

iG: As redes sociais já são usadas nas escolas como ferramenta para desenvolver o aprendizado dos alunos?

José Armando Valente: Tem professores – pontualmente – usando blogs e outros recursos de rede sociais em aula, mas isso só ocorre por interesse particular de alguns profissionais. Não existe uma prática incentivada por grupos, escolas, redes de ensino. Mesmo assim, o que eles fazem, na maioria dos casos, é usar blogs para divulgar algum conteúdo que não deu tempo de passar em aula, receber material de aluno. Essa prática não inova em nada, é apenas uma outra forma de transmitir informação. Poderia ser usado um email, por exemplo.

iG: E como seria o uso de forma inovadora?

José Armando Valente: As ferramentas de redes sociais devem ser usadas como práticas pedagógicas, de forma integrada ao currículo. Não adianta só acessar a rede dentro da escola, sem uma proposta. Tem que ter alguém olhando e orientando, verificando se os alunos estão gerando conteúdo de fundamento, se tem um conceito sendo trabalhado. Isso é o que quero falar na palestra (no congresso Congresso People.Net in Education): “Se não tiver alguém orientando, não é pedagógico. A ideia de que na rede um ajuda o outro, é romântica. O que acaba acontecendo é que um cego conduz outro cego”.

iG: O senhor poderia citar exemplos práticos?

José Armando Valente: Brincar no Twitter gera um conteúdo de síntese muito grande. O professor de português poderia usar essa atividade para treinar o resumo de ideias com os alunos. Mas não é o que ocorre. Os jovens usam a ferramenta, mas o professor não intervém, não questiona o que eles fazem. Outro caso que tomei conhecimento é o de uma escola que propôs que os alunos organizassem um flash mob (mobilização instantânea em local público, geralmente organizada por email ou redes sociais). Deu certo, mas os professores de matemática perderam a oportunidade de trabalhar vários conceitos em relação ao evento, como estratégia e logística, que são conteúdos da aula de matemática. A escola fez a atividade, mas não usou como prática pedagógica. Aí nas aulas mantém o método tradicional de transmissão de conhecimento, que se torna uma chatice para os alunos.

iG: Quais as dificuldades para tornar esse uso das atividades em rede como prática pedagógica uma realidade?

José Armando Valente: É muito difícil, é mais fácil usar recurso para transmitir informação, do jeito que sempre foi. Mesmo quando os professores têm interesse e vontade, não têm apoio da gestão da escola, das redes de ensino para aplicar outros tipos de aula. É complicado usar de forma isolada, tem que estar no currículo. Hoje, as redes sociais são usadas só como apêndices, atividades fora da rotina.

iG: Em algum país é diferente e as redes já são integradas ao currículo?

José Armando Valente: Ninguém faz isso no mundo inteiro. Mesmo a Coréia do Sul e a Dinamarca, países tecnologicamente avançados e com bons resultados nas avaliações educacionais, não conseguiram. A Inglaterra tem um grupo que está trabalhando o conceito há algum tempo, tem consciência da necessidade dessa mudança, mas só aplicou a prática em escolas pontuais.

iG: Por que as mudanças tecnológicas demoram mais a ser incorporadas no ambiente escolar que em outros meios. As escolas continuam muito parecidas com as de décadas atrás...

José Armando Valente: O ensino tem uma estrutura hierarquizada, difícil de ser transformada. Uma das atividades da educação é perpetuar o status quo. E essa manutenção tem um valor. Mas essa mudança que estamos falando, das atividades da era do lápis e papel para a era digital, é necessária. Um gráfico que era desenhado no papel agora rapidamente ganha recursos e formas através da tecnologia. O estudo dele muda, não basta só entender o gráfico, mas é preciso interpretá-lo, dar novas funções e movimentos a ele. E isso tem que entrar no currículo.

iG: Muitas vezes, os alunos já têm mais facilidade com a tecnologia do que os professores. Isso não atrapalha a relação professor-aluno? Como os docentes devem se preparar para lidar com essa diferença de experiência e conquistar o respeito dos alunos?

José Armando Valente: O professor tem que ser esperto, usar os conhecimentos do aluno, pedir ajuda no que os jovens conhecem mais, organizar uma dinâmica na sala de aula que dê voz a quem sabe. O professor precisa sair do pedestal e entender que tem gente que sabe mais que ele. A grande dificuldade está em querer que o professor saiba tudo, enquanto a molecada toma conta. É preciso fazer uma parceria com o aluno.

Michele Obama: mais um bom exemplo para nossos alunos

Michelle Obama official portrait headshotFilha de Fraser Robinson e Marian Shields Robinson, nasceu em 17 de janeiro de 1964, em Chicago, Illinois. Em outubro de 1992, casou-se com Barack Obama, com o qual teve duas filhas: Malia Ann (1998) e Natasha (2001). Na sua visita ao Brasil, a primeira-dama dos Estados Unidos conversou com uma plateia de jovens de escola pública brasileira sobre a importância da perseverança na educação, recomendando: “Sonhem grande, trabalhem duro, assumam riscos”.
Nesse discurso, encontramos o eco da nossa esperança de educadores, a motivação que tentamos oferecer a nossos alunos, para que não abondem os estudos por nada.  Isso dito por uma mulher que conquistou por meio do trabalho seu lugar no mundo assegura muito verossimilhança e vida para os jovens e crianças das nossas escolas públicas.
A seguir, o vídeo no qual a primeira-dama dos Estados Unidos disse neste sábado (19) à estudante Raquel Helen Santos que "gostou muito" da apresentação de capoeira executada pelo grupo Raízes do Brasil:
Para saber um pouco mais sobre a biografia de Michele Obama, visite o Wikipédia em português ou inglês e compartilhe também essa história com aqueles a quem dedicamos o suor do nosso trabalho diário – os nossos alunos.

18/03/2011

A arrasadora força dos tsunamis



Foto ilustrativa/Getty Images.
A costa nordeste do Japão está sendo vítima de um forte terremoto, que gerou um tsunami devastador no país. O mundo inteiro se impressionou com as imagens de destruição provocada pela força das águas. Acredita-se que o tremor tenha sido o 4º pior da história mundial.

Tragédias como a do Japão provocam comoção em todo o mundo, mas também movimentam inúmeras pesquisas científicas. Porém, não existem ainda estudos que mostram como evitar estragos diante de novos tsunamis ou enviar alertas com muita antecedência.

Mesmo com todas as informações noticiadas pela mídia, os estudantes também devem ter uma série de dúvidas sobre o assunto. Você pode ajudá-los a entender como acontecem esses fenômenos. Uma dica é a reportagem “É um maremoto? Uma ressaca? Não! Um tsunami”, publicada pela revista Ciência Hoje das Crianças. No texto você vai saber, entre outras coisas, por que as chances de um tsunami no Brasil são pequenas.

Leia a reportagem aqui.