15/05/2011

Professores são afastados para tratamento após problemas com alunos.

Problema acontece em escolas públicas e privadas, diz sindicato do Rio.

 

Um problema comum nas escolas é a violência contra escolas públicas e provadas. Nem todas as Secretarias de Educação fazem um levantamento estatístico dos casos de violência física e psicológica contra os professores. Mas eles existem e são muitos. O stress pós-traumático tem se tornado frequente entre esses profissionais.
Com 24 anos de profissão, a professora Nádia de Souza Barbosa conhece bem a realidade da violência nas escolas. 'Eu estava em uma sala que não tinha chave, eu me encostei na porta para dar aula um aluno por três vezes chutou a porta sabendo que eu estava ali.'
Joseneide Santos de Aquino relata que três alunas colocaram acetona e veneno para matar ratos no café da sala dos professores. 'A diretora estava muito assustada e avisou que uma avó ligou para falar que a neta viu umas meninas colocando 'chumbinho' no café dos professores', conta.
As duas professoras estão afastadas há quase dois anos para tratamento de um transtorno de stress pós-traumático adquirido em sala de aula. Esta síndrome vem se tornando comum entre os professores da rede municipal de educação do Rio.
Os problemas na relação entre aluno e professor não se restringem apenas às escolas públicas. Uma professora da rede privada que não quis ser identificada conta que lidar com alunos clientes é um desafio diário. 'Uma criança de 12 anos me disse que eu tinha a obrigação de explicar quantas vezes ele quisesse porque ele estava pagando', disse a professora.
O presidente do Sindicato dos Professores do Rio, Wanderley Quêdo, diz que muitas escolas entraram na lógica mercantil. 'Educação não é uma mercadoria', alerta.
A professora Joseneide destaca: 'Muitos colegas me dizem: 'não liga, não é teu filho, dá tua aula e pronto. Mas quando a gente é muito apaixonada pelo que faz, a gente acredita que a educação pode mudar o mundo pessoal daquela criança.'
Para a presidente do Conselho de administração do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), é importante valorizar a formação do professor. 'Muitas vezes o professore não foi formado para lidar com jovens e adolescentes', disse Maria Alice em entrevista ao 'Jornal da Dez'. 'A escola não está sabendo lidar com os desafios do século XXI. Se a escola se tornar muito desconectada com o mundo real que o jovem vive torna este aluno desinteressado. Ele acaba sendo agressivo contra a própria escola. É muito importante pensar que a escola tem que formar jovens e adolescentes para ter participação ativa na sociedade.'

 

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